Carreira

Um geofísico deve ter uma formação científica forte, uma mente curiosa, e um fascínio com os fenômenos naturais para ter sucesso. Os geofísicos examinam e exploram as propriedades físicas da terra, desde o que há abaixo do solo ao que há na atmosfera, desde o que há nas profundezas do oceano aos topos de vulcões.

Das tarefas diárias incluem aquisição/análise/processamento e interpretação de dados geofísicos, análise de fenômenos naturais (como ondas e campos eletromagnéticos), e escrever relatórios. Geofísica é um campo acadêmico que atravessa a área prática sob diversas formas.

Hoje em dia a simples graduação não está sendo o suficiente. Cada vez mais está sendo exigido notórias especializações para os melhores empregos em geofísica, contudo, o inglês avançado também é requisito. Alguns geofísicos trabalham com métodos gravimétricos, outros com os campos elétricos, magnéticos, radiométricos, sísmicos etc. A maioria do trabalho de cada uma das especialidades é feito principalmente em laboratório, e também bem comum alguns trabalhos de campo. 

No geral há geofísicos muito mais voltados aos trabalhos realizados em laboratório (processamento e interpretação), enquanto outros são dados à aquisição (geofísico de campo).

Muitas vezes os geofísicos têm que correr para um ponto no globo, para examinar um fenômeno imediato, ao contrário de geólogos, eles fazem menos trabalho no local. Geólogos também analisam sistemas razoavelmente estáticos; geofísicos costumam examinar sistemas em fluxo. Aqueles que têm sucesso em geofísica parecem ter a capacidade de ser flexíveis, além de saber trabalhar em grupo.

Geofísicos bem-sucedidos geralmente são capazes de abarcar a complexidade da  profissão. Muitos geofísicos se movem através de um número de áreas de especialização. Especialização inicial é importante porque ela conduz a anos de aprendizagem para as particularidades do campo. Os profissionais tendem a gostar de aprender como os sistemas geológicos se inter-relacionam, e se interessam ​​em aprender sobre os sistemas que interagem com os que já se conhece. Aprender sobre novas especialidades muitas vezes acontece de forma gradual e inconsciente.

Os geofísicos de campo podem ser especialistas em muitos métodos e em áreas diversas, mas isso exige muito tempo de estudo. Dentre os principais métodos têm-se: métodos elétricos, métodos eletromagnéticos, métodos sísmicos, métodos magnetométricos, métodos gravimétricos e métodos radiométricos; e podem ser aplicados em diversas áreas:

- arqueologia: pode-se encontrar artefatos arqueológicos, horizontes do solo, inclusive restos mortais.

- mineração: as aplicações na mineração são diversas, desde o mapeamento regional à escala de detalhe na busca dos minérios (seja ouro, ferro, níquel, fosfatos etc).

- água subterrânea: quando se deseja encontrar lugares que há maior potencialidade de encontrar água subterrânea, seja em meio à rocha fraturada ou rochas sedimentares.

- petróleo: essa foi a indústria que até então mais empregou geofísicos, isso também se deve ao fato de que concentrava os melhores salários, principalmente quando se trata de processamento de dados.

- contaminação do solo: se por algum motivo o solo está sendo contaminado, seja por chorume ou outro poluente, e se deseja descobrir o fluxo das chamadas plumas de contaminação.

- geotecnia: quando se estuda as fundações do solo, ao invés de se fazer um furo de sondagem em um único lugar ou vários furos mal amostrados.

Enfim, as aplicações são diversas e não se resumem ao suparacitado, e também se outras áreas como: astrofísica, astrodinâmica, geoquímica, heliofísica entre outras.

Uma das áreas extremamente escassa no mundo da geofísica é a de instrumentação, e que sem dúvidas há grande potencial de empregabilidade, poucas pessoas dominam.

Oziel Araújo, geofísico pela Universidade Federal do Pampa,  mestre em Geologia pela Universidade Federal do Paraná.